O Município de Vila Real divulgou, no dia 12 de abril, o programa comemorativo dos 50 anos do 25 de abril de 1974, que decorrerá de 22 a 27 deste mês, com onze atividades principais e mais sete complementares, algumas que durarão até maio.
Segundo o Presidente da Câmara, Rui Santos, “a Revolução de 1974 é um marco histórico de grande importância para a nossa vida coletiva e para o país” e o programa “artístico e documental” deste ano supera os anteriores, sendo um “mix que agrada a várias gerações”, representativo dos vila-realenses, mas também “para todos os que nos visitam.”
Mara Minhava, Vereadora do Pelouro da Cultura, refere que “é com muito orgulho que apresentamos esta agenda cultural para celebrar os 50 anos deste marco histórico que mudou o curso de Portugal”, e destaca a importância da cultura na preservação da memória e dos valores democráticos que a data representa. Preparado desde janeiro, trata-se de um “programa rico” com música, diversas exposições, teatro, lançamentos de livros, poesia, com a certeza de que “Vila Real vai destacar-se no panorama nacional”.
A Semana da Liberdade inicia-se na noite do dia 22, segunda-feira, com uma exposição na Biblioteca Municipal, construída com o acervo fotográfico do Museu do Som e da Imagem e com acervo documental da Biblioteca, havendo, ainda, lugar para a exibição do documentário “Vila Real e o 25 de abril”. A terça também é marcada pela exposição “Que Memórias de Abril?” no Arquivo Municipal, um registo documental sobre o acervo deste espaço na preservação e lembrança desta data. E, mais tarde, a peça “Contar e Cantar Abril” pela Filandorra do Teatro do Nordeste, no Teatro Municipal. No dia seguinte, também a Associação Arquivo de Memórias realizará a exposição “25 de Abril, Memórias do Antes e Depois” no Museu da Numismática com fotografias, jornais, cartazes e outro tipo de acervo documental da época. Nessa mesma noite, a não perder o Concerto Mulheres de Abril, um espetáculo poético-musical sobre o papel da mulher na luta pela liberdade, explorando facetas femininas que deram voz a esta revolução e à igualdade de género.
No Dia da Revolução dos Cravos planeou-se para a comunidade um desfile e um concerto evocativos do 25 de abril na Avenida Carvalho Araújo, no início da tarde, marcado pelas quatro Bandas Filarmónicas de Vila Real (Mateus, Sanguinhedo, Nogueira e Portela) a animar o centro da cidade com “Grândola” e outros hinos alusivos, a exposição de viaturas militares do RI13, e a recriação das “vendedoras dos cravos”, distribuindo o símbolo da liberdade e poemas. A Avenida também estará decorada com quadros alusivos à efeméride, disponibilizados pela União dos Sindicatos. Mara Minhava referiu, ainda, que “para as pessoas da nossa geração, toda a gente sabe o que este dia representa, mas para os mais jovens será também um espetáculo pedagógico.” O Presidente da Câmara destacou também a Sessão Solene da Assembleia Municipal comemorativa do 50º Aniversário do 25 de Abril de 1974 como “um momento relevante e abrangente.”
As festividades não acabam no dia dos cravos. Como referiu Rui Araújo, Diretor do Teatro, “as celebrações prolongam-se pelo ano inteiro, no Teatro ainda haverá mais espetáculos” e relembra que na maior parte dos eventos a entrada é gratuita. Destacou ainda a peça teatral “O Tesouro” para os mais novos pelo grupo Urze Teatro e “Abril – Cristina Branco Canta José Afonso” com a Orquestra de Jazz do Douro, no dia 26. A semana termina com a apresentação do livro “Vila Real – Oposição e Eleições no Estado Novo” de Ribeiro Aires no Salão Nobre, e o Clube dos Poetas Vivos, uma parceria entre o Teatro de Vila Real, o Teatro Nacional Dona Maria II e a Casa Fernando Pessoa.